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A mostrar mensagens de novembro, 2025

Os Sentidos Invisíveis: porque continuamos a acreditar em Aristóteles e como o cérebro moderno nos mostra que o Mundo é muito mais do que cinco portas de entrada

Há ideias que atravessam séculos inteiros com tal serenidade que quase nos esquecemos de perguntar se ainda fazem sentido. A de que temos cinco sentidos é uma dessas ideias. Todos aprendemos na escola, sem grande contestação, que o ser humano vê, ouve, cheira, saboreia e toca. A simplicidade desta lista é tão sedutora que parece quase ofensivo questioná-la. Cinco. Um número redondo, confortável, fácil de memorizar. E, no entanto, quase tudo na ciência moderna nos diz que esta visão do corpo humano é uma construção antiquada que ficou presa no tempo em que a observação a olho nu era a nossa única ferramenta de investigação. A verdade é que a ideia dos cinco sentidos nunca foi mais do que uma classificação intuitiva feita numa época em que não existia microscopia, eletrofisiologia, imagiologia cerebral, psicofísica ou qualquer forma de medir aquilo que realmente se passa dentro da pequena "caixa negra" que é o nosso crânio. Usamos esta caixa todos os dias, embora não possamos...